sábado, 11 de abril de 2009

Paixonite

A PAIXÃO DO PRIMEIRO AMOR


A primeira vez que a vi, o coração disparou e parecia que os glóbulos vermelhos e brancos tinham se unidos nas avenidas auriculares e ventriculares, como uma escola de samba bem em frente ao praça dos sentimentos do meu peito. Bah! Me senti no “vale das borboletas azuis” (cidade,Panambi) Foi um instante em que pela “caxa d’gua” passou pensamentos e poemas instantâneos que até Mário Quintana iria sentir-se um analfabeto, e olha que eu não conheci o Mário. Alguém cnhece?Não.

Essa menina, a Angel era uma morena exuberantemente perfeita e indescritível. Seu jeito meigo de ser e sorrir, era de parar o trânsito, e hoje em dia só quem para trânsito são as velinhas, isso se tiver um policial perto da faixa de segurança. Angel era assim singela delicada, tímida e apaixonante, só a Naty pra bater ela. Ufffffa, escapei por pouco. Havia ansiedade para encontrá-la, arrumava-me como quem fosse a um casamento, o ar do peito insuflava a carcaça e soltava o ar aos poucos, semelhante a um cantor de ópera, ficando zonzo de amor, digo amava de paixão, porque quem ama de amor casa. E assim me largava em direção “ao crime”, ao encontro dela como quem vai a Jerusalém, firme, teso, passos largos e um sorriso maroto na esquina dos lábios.

Impulsionado pelos motivos nobres acima,comprei minha primeira moto uma Törk 150, vermelha. Loucura! Voava cabelos ao vento, olhando pros braços que tremiam tanto quanto trepidava o coração pela emoção da primeira motoca. Isso me levou a um passo maior, que foi meu primeiro carro, um Jeep vermelho, igual meu coração apaixonado, com buracos entre as cavidades, porque no jeep tinha até furo de tiro de fuzil, devia ser da guerra. O ronco do motor fazia acelerar a paixão, hoje quem ronca sou eu. Aí então me vestia como um garoto propaganda e colocava óculos “ray ban”, e surfava naquele jipão ao vento, à fitar o firmamento obra maravilhosa do criador. E de olho no futuro ao longe, ia tangenciano pensamentos ao lado daquela em que pensava envelhecer ao lado.
Bom! Tudo isso foi no ano de 84. A paixão avassaladora! A Angel nunca soube o que eu senti por ela. A moto perdeu a roda e vendi pro cara que trabalhava comigo. O Jeep também troquei por uma borracharia e lavagem de carro, e a paixão foi junto por água abaixo, ficamos amigos até sair do colégio Pindorama.

Agora quando ouço o ronco daqueles que pregam nas igrejas crentólicas e falam que cada um de nós temos, individualmente de voltar ao primeiro amor. Chego a tremer porque o primeiro amor é infantil, imaturo, inconseqüente, é somente emocional e platônico, ou seja só fantasia. E nas escrituras sagradas, não fala em primeiro amor pra nós como indivíduos, pelo contrário, diz-nos pra não ficar como bebês a vida toda bebendo leite materno. Precisamos de alimento sólido para ser saudavelmente cristãos. Logo que conhecemos o evangelho é uma paixão ainda imatura e infantil e precisamos crescer na graça, conhecimento e sabedoria. Nesse tempo de paixões, saímos contando pros amigos, no trabalho e parentes, mas é emotivo e não comportamental.
Quando fala –se em primeiro amor na Bíblia, é sobre a Igreja como um todo na face da terra, quando movidos pelo Espírito Santo em Atos 2. E esse era como um Noivado, e não um namorico infantil e irracional.

Espero que como um todo, a Igreja venha a voltar as primeiras obras e ao primeiro amor, mas como cristãos maduros os indivíduos desta igreja cresçam e não sejam infantis achando pesado um simples escrito, em uma página do orkut de um Zé ninguém.

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