quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O BOM PASTOR

O BOM PASTOR

Não há melhor final de semana do que o do interior, especialmente lá na cidade de Santa Rosa onde o “cheiro verde” da manhã só é batido pelo entardecer da praia,que é impagável. E onde moramos tem esses dois itens, coisas da graça. Anos atrás quando trampava, como diz “os magrão”, em Santa Rosa, na sexta a noite ia para um sítio, e lá com uma senhora de mais de oitenta anos aprendi o que é ser constrangido pelo amor e cuidado e um dos fatores é que quando acordava as cinco da matina, ela já tinha lustrado meus sapatos e deixava aquele café colonial prontinho. Ao lembrar dela minha alma sente um pouquinho de saudade dos céus, e aí de mim se não aceitasse os seus cuidados.

Dentre tantas coisas que lembro, uma era que lá tinham ovelhas. E parecia que o dia durava 48 hrs tamanha a tranqüilidade, paz e calma do lugar, e ninguém descobriu o lugar para um filme, porque é fantástico. E gastava meu tempo a observar as ovelhas e ajudar a cuidá-las. E pelas campinas verdejantes e riachos íamos e dentre as muitas descobertas que fazia a mais interessante é que havia ovelhas que eu pensava que estavam mortas, mas não. É que quando ela está com muita lá, pode dar uma espécie de “coma campal”, pois ela vai para o canto da tela ou embaixo de uma árvore e desmaia, e a gente tem de massagear seu peito e depois retirar o exagero de lã e carrapichos-espécie de espinhos sujos-.

Mas também observava as ações daqueles que apascentavam as ovelinhas. E notava que as vezes sem perceber eles começavam a se encantar com o campo ou com as conversas entre eles e não viam alguma ovelha que se afastavam das outras e como sempre tem um cão entre, eles pelos latidos do cão a ovelha corria para junto das outras. Outros cuidadores de ovelha, ficavam a aumentar o aprisco e reparar os pedaços de madeiras caídos e iam se envolvendo com os materiais que esqueciam das ovelhas. Mas também o que mais me impressionava era que alguns dos responsáveis pelas ovelhas agiam igual as ovelhas, agindo como se fosse uma delas. Mas nenhuma ovelha vi, que agisse como se pastor fora.

E tenho observado no decorrer dos anos que algo extranho anda acontecendo no “redil” cristão dos crentólicos. E nas últimas três gerações de pastores e padres há sensíveis diferenças e algumas raras exceções remanescentes. Haviam pastores e padres que abandonavam tudo e saiam “sem lenço e sem documento” para dedicar suas vidas ao cuidado de pessoas. A esses aconteceu de perderem o “prazer pelas coisas terrenas” e visíveis e com pouco grau de conhecimento, mas uma fé inabalável, sacrificavam suas próprias vidas e alguns até famílias por crerem no invisível, ansiavam por uma cidade celestial e eterna. Depois veio uma geração de pastores e padres que gastavam seus sapatos velhos e empoeirados, andando como um galileu, como quem vai à Jerusalém. Por outro lado junto a esses vieram os pastores e padres mais gordos, e assim ficaram porque visitavam seus fiéis e as ovelhas por sua vez querendo agradar, davam jantas e mais jantas para seus queridos e sorridentes padrestores.

Mas agora nessa geração, onde a “qualidade total”, externa é claro, vem uma avalanche de líderes magros e bem vestidos, que se tem a impressão pelos seus comportamentos que estão mais pra empresários do mercado cristão que cantam e encantam platéias por terem boa voz e postura, andando como “poderoso chefão”, com muita pompa e conhecimento de administração cristã, e psicologia de grupo, mas sem essência celestial. E outros que quem manda é a mulher, e para esses a seara é grande e os obreiros são frouxos. E dessa os padres se safam. Mas ainda a pior de todas as coisas não é pastores que se comportam como ovelhas, mas as ovelhas que estão sendo induzidas a cuidarem de ovelhas e acabam dando vários “encontrão” de líderes com ovelhas, quem lê entenda. E já estaria na hora de aprenderem que ovelha tem de gerar ovelhas e pastor deve gerar pastores. Deus não vos chamou para serem produtores de shows e eventos. E Ele mesmo pergunta novamente: “Pedros, tu me amas? Edires, Tu me mas? Soareses, tu me amas?... Acho que o “galo vai cantar”...

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